terça-feira, 8 de março de 2011

Recomendações da OMS para o Parto

Algumas das Recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) Para o Pré-natal e Parto

Práticas que devem ser estimuladas:

No pré-natal:
   
Plano de parto, feito em conjunto com a mulher;

Avaliação do risco gestacional durante o pré-natal;

Durante o parto:

Monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante todo parto;
Oferta de líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto;
Respeito à escolha da mãe sobre o local do parto, após ter recebido informações;
Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto;Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto;
Respeito à escolha da mulher sobre seus acompanhantes durante o trabalho de parto e parto;
Fornecimento de todas as informações e explicações que a mulher desejar;
Métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor, como massagem e técnicas de relaxamento;
Monitoramento fetal por meio de ausculta intermitente;

sábado, 5 de março de 2011

CÍRCULOS SONOROS

INTRODUÇÃO:

No princípio era o Som... Assim é desde o início dos tempos. O Som do universo, a música das esferas, e no campo da subjetividade, o Som da voz materna e seus ritmos corporais.

Esta abordagem tem como objetivo promover iniciação musical para Gestantes e seus Bebês, restaurando ritos de cuidado, presentes no imaginário humano em todas as culturas.

Dentre os inúmeros benefícios que a música poderá propiciar às Gestantes destaca-se o fortalecimento emocional e a construção de uma atividade mais serena e tranqüila para atravessar os meses de gestação através da prática e desenvolvimento da musicalidade natural presente em todas as pessoas.

Os benefícios para o Bebê são incontáveis. No entanto, o mais significativo é de propiciar sua imersão em um território de aconchego e bem estar gerado através do Som mais significativo de sua vida, a voz de sua Mãe, complementado por outras sonoridades que sejam agradáveis, harmônicas, delicadas e, portanto, compatíveis com suas possibilidades sensoriais.

Neste trabalho a música, através da voz cantada e de instrumentos musicais artesanais, pode auxiliar gestantes:
 A relaxarem e entrarem em estados meditativos que lhes tragam bem estar e segurança para receberem com tranqüilidade seus bebês;
 A propiciarem para seus bebês, desde o ventre até seu primeiro ano de vida, uma atmosfera musical agradável, suave e harmoniosa.

METODOLOGIA:

 Sessões de práticas vocais, acompanhadas de exercícios de relaxamento, práticas meditativas e experimentações e improvisações sonoras com instrumentos musicais artesanais (kalimbas).
 As sessões abrangem um percurso diferenciado para cada participante, divididos em 3 ciclos:

I. Primeiro Ciclo – elaboração de um “diagnóstico sonoro” em que serão investigados através de exercícios de vocalização, improvisação sonora, escuta e canto de acalantos, a história musical da gestante e de suas famílias, seu ambiente sonoro e suas preferências musicais, bem como as características de sua voz quanto à timbre, registro, intensidade e forma de articulação da fala.

II. Segundo Ciclo – através dos exercícios já mencionados para o ciclo anterior, acrescidos da escuta e canto de pequenas canções folclóricas, de acalantos, de atividades de relaxamento, consciência corporal e improvisação sonora através de instrumentos musicais artesanais (kalimba), serão trabalhadas as questões, sonoras e vocais, que indiquem áreas de dificuldades e bloqueios, no contexto da voz de cada gestante e aspectos afetivos e simbólicos referentes às formas como vão lidando com suas gestações e suas expectativas em relação ao bebê.

III. Terceiro Ciclo – como desdobramento das atividades de iniciação musical realizada nos ciclos anteriores, as Gestantes serão encorajadas a construírem um pequeno repertório simples, compatível com suas possibilidades vocais e suas habilidades musicais, incluindo acalantos, canções folclóricas, madrigais e pequenas melodias compostas por elas mesmas, a partir do nome do Bebê e suas atividades diárias.

OBS.: Estas atividades musicais serão complementadas por atividades artesanais, para a criação de objetos de uso diário do bebê e, também, elementos decorativos para o espaço (incluindo objetos sonoros).


MÚSICA E CULTURAS DA PAZ:

A música em culturas ancestrais esteve desde sempre inserida naturalmente nas atividades diárias, acompanhando seja o cultivo e colheita, seja nos ritos religiosos, ou em celebrações coletivas. Neste contexto, o nascimento é uma grande celebração da vida e de sua renovação, sendo o parto a conclusão de um intenso ciclo criativo, e da fluidez e naturalidade de seu percurso e conclusão, depende em grande medida, uma boa entrada do Bebê neste novo mundo de luzes, ruídos e novas sensações térmicas.

Uma das vertentes deste trabalho é o fortalecimento da Gestante através de um cuidado especial através do pré-natal complementar ao cuidado tradicional, que é voltado apenas para procedimentos médicos relativos à fisiologia da gestação, parto e nascimento. Estas atividades integram-se à rede de ações REHUNA (Redes de Humanização do Nascimento), que congrega profissionais de áreas diversas em todo Brasil, com o objetivo comum de transformar a gestação, parto e acolhida do bebê em experiência humana de bem estar, plenitude, fortalecimento de vínculos intergeracionais e ações fraternas na comunidade.

A VEZ DA VOZ NOS CÍRCULOS SONOROS

A voz é um instrumento polivalente, e extremamente precioso, na medida que expressa a subjetividade, as condições de saúde e os processos afetivos de cada ser. Na preparação da Gestante, sua voz é considerada como “um cordão umbilical sonoro”, que forma-se no momento de nascimento, quando o outro cordão umbilical fisiológico é cortado.

O processo busca auxiliar cada “Mulher-Gestante”, primípara ou multípara, a fazer o melhor uso deste instrumento musical múltiplo (a voz), que funcionará deste modo como um fio condutor para reforçar e sustentar qualidade e intensidade da comunicação Mãe-Bebê.

Assim, nesta abordagem, a voz será considerada em suas condições naturais de emissão, articulação e, sobretudo, de registro. Não se pretende neste contexto, encaminhar o trabalho sonoro para situações que pressionem ou estressem as vozes. A meta é dar a conhecer, a estas “Mulheres-Mães”, através de exercícios vocais e respiratórios como expressar-se vocalmente com simplicidade, pois a voz, do mesmo modo que o aleitamento, são dádivas da Mãe para o Bebê, expressando sua presença, seu carinho e sua proteção. Para isso, são criadas as metáforas de dar ao Bebê:

- Banhos de Voz e Massagens Sonoras.
E com estes objetivos, informa-se às Gestantes dos benefícios emocionais e hormonais e, consequentemente gestacionais, de cantarolar e entoar naturalmente. Mas para que estas estratégias possam funcionar bem, há necessidade de desconstruir e/ou transformar conceitos e preconceitos referentes à voz “cantada”, como alguns que falam de desafinação, estética vocal e também daqueles que indicam as “melhores regiões de emissão” ou consideram “melhores vozes” para tratar com Bebês ou crianças pequenas.

O período gestativo pode chegar cercado de muitas dúvidas, medos e aflições. Algumas Gestantes, por serem muito jovens (adolescentes), encontram-se muito assustadas com as responsabilidades de sua nova condição, outras, ao contrário, apesar de estarem assustadas também, tem outro motivo: são Mães bem mais velhas, que optaram por engravidar por se sentirem pressionadas pelo relógio biológico, achando que estão vivendo sua última chance de serem mães. Ambas compartilham complexos motivos para sentirem-se aflitas e inseguras. Neste ponto a música poderá entrar como coadjuvante para criar uma situação de mais relaxamento e harmonia, um círculo sonoro de proteção e bem estar.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Comparação é inevitável: do parto hospitalar com o domiciliar!

 Estudo importantíssimo, histórico, fez a comparação do parto hospitalar  com o domiciliar. Realizado por Lewis Mehl e colaboradores em 1977 e revisado em 1980, no qual comparou 1.046 partos domiciliares palnejados com o mesmo número de partos planejados em hospitais; sem diferenças de idade, condições sócio-econômicas e fatores de risco...

Resultados:

No Hospital... ocorre:

5 vezes mais incidência de aumento de pressão arterial materna;

3 vezes e meio mais mecônio;
8 vezes mais distócia de ombro ( que ocorra devido a posição litotômica);
3 vezes mais hemorragias no pós-parto devido a pressa de extração da placenta;
de 3 a 7 vezes mais foram feitas ressuscitações;
4 vezes mais crianças tiveram infecção;
30 vezes mais sofreram lesões;
3 vezes mais cesariana nos partos hospitalares ( 8,2% contra 2,7% nos partos domiciliares);
Analgesia no parto domiciliar foi 5% versus 75% no hospital, memso com todas as mulheres tendo feito curso de preparação;
3 vezes mais episiotomias no hospital e 9 vezes mais laceração de trajeto severa de 3o. e 4o. graus;
O índice de mortes de bebês era igual.
 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Por um novo modo de nascer no Brasil

Há algumas décadas enfrentamos no Brasil um paradoxo no nascimento. A intensa medicalização influenciou de forma determinante o modo de nascer, reduzindo este grande  acontecimento fisiológico e natural da vida familiar e social a uma intervenção médica- cirúrgica.  Ao mesmo tempo, os índices de mortalidade materna e infantil persistem muito altos e incompatíveis com o nível de desenvolvimento do país, e as causas de morte são em grande parte evitáveis por ação dos serviços de saúde. É preciso mudar o modelo de atenção ao nascimento no Brasil para a solução deste grave problema de saúde pública. É preciso alcançar os níveis os patamares desejáveis na mortalidade materna e infantil, e melhorar a satisfação da mulher e da família no momento do nascimento de seus filhos. O foco deve ser o parto respeitoso e digno, apoiado na rede de atenção articulada que garanta acesso oportuno à atenção qualificada desde o pré-natal até o parto. Que garanta o protagonismo e os direitos da mulher e da criança neste momento ímpar de celebração da vida e do afeto, de forma a promover sua saúde e as relações humanas e da sociedade.
O paradoxo perinatal brasileiro se exprime de forma peculiar nos diferentes modos de nascer na nossa sociedade, refletindo a desigualdade social brasileira. Em linhas gerais há dois cenários predominantes. De um lado o chamado “parto normal” desvirtuado, o parto traumatizante, fruto do excesso de intervenções médicas e das imposições da conveniência dos profissionais e dos serviços de saúde, que se sobrepõem aos desejos da mulher e ofuscam a sua participação e a da família no processo. Neste cenário, muito propagado pela mídia, a mulher sofre e grita de pavor durante o nascimento de seu filho. Está sozinha em um espaço exíguo, impessoal e frio, sem privacidade, com freqüência um dos piores locais da  maternidade, o chamado “pré-parto”. Este funciona como uma etapa da linha de produção dos hospitais, que operam com regras rígidas para atender à racionalização do trabalho, privilegiando o interesse da instituição e dos profissionais sobre o da mulher. Neste modelo tradicional, com o intuito de acelerar o processo do parto, a mulher sofre inúmeras intervenções sem indicação técnica ou respaldo científico, que interferem no processo fisiológico e natural do trabalho de parto.  Intervenções que podem provocar e aumentar a intensidade das contrações uterinas e, por consequência, a dor, o stress e até mesmo as complicações no parto, muitas vezes contrariando o pressuposto da ética médica de “primeiro não causar dano”. Exemplos clássicos são o uso indiscriminado da ocitocina (medicamento que aumenta as contrações), o jejum e a imobilização no leito durante o trabalho de parto.
Neste cenário, práticas baseadas em evidências científicas que propiciam o conforto da mulher, auxiliam na diminuição do stress e aumentam a liberação da ocitocina endógena que ajuda na evolução do parto, não são incorporadas: a livre movimentação, a escolha da posição de maior conforto durante o trabalho de parto e no parto, o apoio emocional por acompanhante de livre escolha e por doulas, entre outros.

Assim, frustra-se a expectativa da mulher de aconchego e conforto na hora do parto, de cuidado particularizado e pessoal, prestado por pessoas de confiança, seus laços afetivos - que representam inclusive a rede de proteção social da mulher e da criança após o parto - em um momento de extrema importância na sua vida. Especialmente por que não se trata, na sua essência, de uma situação de doença que demanda intervenção médica, mas sim um momento marcante da fisiologia da vida, que pode transcorrer da forma mais natural possível na maioria das vezes. Precisamente, a definição de parto normal da Organização Mundial da Saúde é o “parto que transcorre naturalmente, em que qualquer intervenção deve ter uma justificativa técnica válida e respaldada cientificamente...”.
No outro cenário está o nascimento por cesariana desnecessária, com grande freqüência programada, paradoxalmente o modo de nascer predominante entre as classes sociais mais altas e escolarizadas. A cultura da cesariana se coloca como propaganda enganosa do nascimento sem dor, riscos ou prejuízos à saúde, atendendo ao anseio do homem de controle da situação, da possibilidade de se libertar dos imprevistos ou surpresas inerentes ao parto. Ceder às forças da natureza parece diminuir a condição humana e se distancia do imaginário do status social e tecnológico aspirado pela “moderna civilização”. É apresentada como alternativa ao parto traumatizante anteriormente descrito e expressa a conquista de mais um bem de consumo que a panacéia tecnológica oferece, no afã de se racionalizar o tempo e o nascer, maiores expressões da natureza e da vida. 
Entrar em trabalho de parto a qualquer hora do dia ou da noite e em qualquer dia da semana parece totalmente anacrônico em relação aos valores de se programar tudo na vida e atender às máximas de “não perder tempo” e “tempo é dinheiro” da sociedade contemporânea, que, antes de tudo, tem pressa.
A artificialização do nascimento passa a ser um valor, incentivando todo tipo de exploração mercadológica. Assim, a cesariana desnecessária (a “desnecesária”) se apresenta, segundo alguns autores, como mais uma “desnecessidade” da sociedade de consumo, banalizada como uma opção fácil,  rápida e indolor, valores superficiais que se contrapõem à intensidade e profundidade das emoções e desafios que a vida, em especial a maternidade, colocam.
Nascer no Brasil é, portanto, um fenômeno complexo que conjuga tanto o efeito da incorporação pela sociedade brasileira da condenação bíblica do “parirás com dor”, quanto o efeito de interesses mercadológicos se sobrepondo a valores essenciais da vida, simbolizado pelo nascimento de uma criança.
Para superar esta contradição brasileira na atenção ao nascimento, é preciso explicitar e aprofundar a reflexão sobre as imposições colocadas à mulher na experiência do parto. Tomar como referencial ético, a dignidade no nascimento, o parto respeitoso, para contrapor à violência institucional, à violação dos direitos da mulher e da criança, ao abuso de poder nas relações entre homens e mulheres, entre gestores e profissionais de saúde e os usuários, que repercutem como iatrogenia e negligência no cuidado.
As relações de gênero influenciam diretamente o significado cultural do sofrimento no parto, expressão da punição da mulher pela própria experiência da sexualidade, da singularidade feminina e da maternidade. No Brasil e em vários países da América Latina em que a desigualdade de gênero é muito forte, a violência institucional no parto aparece em cena emblemática: no momento do parto a mulher deitada numa maca hospitalar estreita e fria, numa sala de cirurgia, rodeada por profissionais encapuzados, sem seus familiares, pernas abertas e para o alto, muitas vezes até amarradas, vítima de manipulações desnecessárias de seu corpo como o toque vaginal freqüente (e não recomendado), a manipulação do períneo e a episiotomia - o corte da vagina, na maior parte das vezes desnecessário - ferindo sua integridade moral e corporal.
O impedimento de ter um acompanhante de livre escolha durante o parto, apesar de garantido por lei desde 2005, é outro emblemático abuso de poder e violência contra a mulher. Do mesmo modo, a separação de mãe e filho saudáveis após o nascimento - que representam a maioria absoluta dos nascimentos - por conveniência institucional e dos profissionais, é exemplar abuso e violência contra a mãe e a criança. Outras práticas não recomendadas são realizadas de rotina. O corte imediato do cordão, prejudicando o aporte sanguíneo para o bebê, podendo resultar em anemia na infância, altamente prevalente no Brasil. A aspiração de vias áreas, a tomada do peso e da altura do bebê e a aplicação da vitamina K e do colírio de nitrato de prata, ainda nos primeiros minutos de vida, interferindo diretamente na interação plena entre mãe e filho. Os “berçários de normais”, que deveriam estar extintos desde dezembro de 2008, com a nova legislação da ANVISA para funcionamento de maternidades (a RDC 36), mas persistem como rotina nos hospitais privados do país. Mantêm os recém-nascidos afastados de suas mães nas primeiras horas de vida, momento sensível e fundamental para o contato efetivo mãe e bebê e promoção de vínculo, do aleitamento materno e, portanto, da saúde do bebê.
O valor do trabalho de parto e do parto normal – de que parto normal estamos falando?
Com o início do trabalho de parto a natureza indica a hora certa de nascer nas gestações sem risco, cerca de 85% dos nascimentos. Nascer antes do tempo, com a retirada brusca do bebê numa cesariana programada sem justificativa técnica, como vem ocorrendo em 80 a 90% dos nascimentos nos hospitais privados, traz sérias conseqüências que vem sendo demonstradas por vários estudos científicos. As repercussões físicas de uma cirurgia do porte de uma cesariana são reconhecidas, trazendo maiores riscos de infecção, de dor, de recuperação lenta, de complicações anestésicas. Outros efeitos adversos pouco valorizados pelos profissionais ocorrem com frequencia, como a interferência na relação mãe e bebê (pela própria condição da mulher no pós-operatório, que não está plena como no parto normal), o atraso na descida do leite e início da amamentação, e, portanto, a maior dificuldade de estabelecimento do vínculo, a insatisfação com a experiência pouco natural de parir.
A retirada artificial do bebê leva à prematuridade iatrogênica (efeito adverso decorrente de intervenção sem justificativa) ou à imaturidade, ou seja, um bebê que mesmo a termo, com mais de 37 semanas, não está completamente formado, que não alcança inclusive o peso que poderia ter, componente fundamental de proteção da saúde infantil. Priva o bebê dos benefícios do trabalho de parto, quando ocorre a liberação de substâncias e hormônios da mãe que promovem a maturação e o desenvolvimento final do bebê (neurológico, intestinal, pulmonar). Sua passagem pelo canal do parto auxilia na saída de líquidos do pulmão e favorece a colonização pelas bactérias do corpo da mãe e não pelas bactérias hospitalares. A internação do bebê por adaptação respiratória é mais freqüente na cesariana, além das complicações decorrentes da prematuridade e/ou imaturidade, como infecções, icterícia e repercussões sobre o seu desenvolvimento.
O crescimento e desenvolvimento fetal intra-útero está diretamente associado à obesidade, à diabetes e hipertensão do adulto, e, portanto, os efeitos da interrupção iatrogênica da gravidez não se restringem à saúde imediata do bebê, podendo comprometer a sua saúde na vida futura.  Assim, a promoção da saúde da mulher e do bebê e do adulto se relaciona com a gravidez e o modo de nascer. Portanto, as intervenções desnecessárias aumentam os riscos ao nascimento e ao longo da vida, contribuindo para os índices preocupantes de doenças crônico-degenerativas no país.
Outro efeito relevante e ainda pouco divulgado sobre as repercussões da vivência frustrante e traumatizante do parto, do processo de gestação e nascimento é a depressão pós-parto, cujos índices são muito elevados no país, segundo pesquisas recentes.
Nascer naturalmente demanda disponibilidade e tempo. Da família e dos profissionais que assistem o trabalho de parto, ou seja, que literalmente assistem a atuação da mulher no seu processo particular de dar a luz, e que deveriam estar à disposição para agir apenas quando necessário apenas. Que devem promover apoio, informação e segurança, além de ofertar práticas que favorecem a evolução fisiológica do trabalho de parto e do parto e trazem maior conforto à mulher. 
Os benefícios do parto normal estão amplamente comprovados pela ciência, porém o aval do conhecimento não parece suficiente para a mudança das práticas no Brasil. É preciso rever o significado, ressignificar o parto e o nascimento na sociedade brasileira. Recuperar o valor do nascimento como momento único para a mulher no sentido maior da subjetividade feminina e da maternidade, assim como para o bebê, para propiciar o seu pleno desenvolvimento. E, em última análise, para o favorecimento do afeto para toda a família e a sociedade.
E ressignificar a dor. A dor do parto é um mecanismo natural de concentração e mobilização da mulher para o momento que demanda dedicação e reunião de todas as energias. Não necessariamente significa sofrimento. Em diversas culturas no mundo a dor do parto é vivida com maior naturalidade e o parto é reconhecido como momento de força e potência da mulher. Na cultura brasileira a dor é evocada como algo intolerável e humilhante, visão que desqualifica a mulher e sua capacidade de vivenciar o parto plena e singularmente, com conforto e dignidade.  Várias técnicas reconhecidas popularmente e cientificamente para alívio da dor podem ser utilizadas, mas via de regra, não são ofertadas à mulher brasileira. A começar pela ambiência, o espaço social do parto, que não deve ser um ambiente cirúrgico, asséptico e isolado como praticado nos hospitais, e sim local agradável e aconchegante, mais próximo possível do ambiente domiciliar, com privacidade, área para ampla movimentação e banheiro acessível com chuveiro e/ou banheira, técnicas importantes para conforto e relaxamento, que favorecem o bom andamento do parto.

Pelo direito de dar a luz e de nascer de forma digna 
Alguns preceitos fundamentam o movimento de mudança do modelo assistencial ao parto e nascimento.  Preservar o nascimento como um momento familiar, social e fisiológico, em que cerca de 85% das famílias podem vivenciar este momento de maneira integral e mais natural possível. Assegurar os direitos em saúde da mulher e da criança. Ampliar a participação e o protagonismo da mulher no processo do nascimento. Favorecer os processos naturais e fisiológicos e intervir apenas quando necessário. Reequilibrar e redimensionar o uso da tecnologia médica, para garantir os benefícios incontestes que aporta nas situações de risco e de complicações durante o parto, salvando vidas. Amplificar a importância da tecnologia leve, a tecnologia relacional para promoção da saúde e do bem-estar físico e emocional da mulher e do bebê.  Pactuar, adequar e seguir (!) protocolos baseados no melhor conhecimento disponível, com a utilização da tecnologia apropriada para a atenção ao parto e nascimento. Garantir o direito à informação adequada, muitas vezes não observado na relação hierárquica entre o médico e a gestante, por conveniência ou interesse de ordem pessoal. Fomentar o trabalho em equipe, com o devido reconhecimento da importância e da necessidade de se ampliar a participação de cuidadores de saúde, que agregam valor na atenção ao parto e nascimento fisiológicos, como a enfermagem obstétrica, a doula e as parteiras tradicionais.

Mudar o paradigma do nascimento e superar o paradoxo perinatal brasileiro para reduzir mortalidade materna e infantil: o papel do governo e da sociedade
Iniciativas do Ministério da Saúde e de alguns governos locais vem sendo realizadas para a mudança do cenário do nascimento no Brasil. Ao mesmo tempo a sociedade civil vem se organizando cada vez mais neste sentido. No entanto, os índices de cesariana são crescentes no país (47,0% em 2009) e associados ao aumento da prematuridade e o baixo peso ao nascer, os fatores mais importantes para a sobrevivência e a qualidade de vida da criança. Este aumento decorre da interrupção indevida da gravidez, por cesarianas desnecessárias. Mortes maternas também ocorrem por cesarianas desnecessárias. Portanto, reduzir a mortalidade e infantil e a materna no país passa necessariamente pela reversão deste quadro, com o uso da tecnologia apropriada para prevenir riscos desnecessários e mortes evitáveis.
Desde 2009 a experiência inovadora e potente do Plano de Qualificação das Maternidades e Redes Perinatais integra o Plano de Redução da Mortalidade Infantil na Amazônia Legal e Nordeste Brasileiro. Enfoca 26 maternidades de referência para a atenção ao parto e para formação profissional, em municípios prioritários. O apoio institucional a estas maternidades vem promovendo a transformação técnica e cultural com relação ao modelo de atenção ao parto e nascimento, revisitando conceitos e promovendo a reflexão sobre os direitos da mulher e da criança e as boas práticas em obstetrícia e neonatologia. Reavalia ainda os processos de trabalho e de gestão das maternidades, que repercutem diretamente nas relações entre gestores e os profissionais e na relação destes com os usuários.
A centralização e o autoritarismo nos serviços de saúde perpetuam relações de poder abusivas e desrespeitosas entre gestores, profissionais (com forte teor corporativista) e usuários. Com freqüência a manutenção de práticas obsoletas e sem respaldo técnico no cotidiano dos serviços decorre da dificuldade de se estabelecer um processo de construção coletiva de acordos para funcionamento, de protocolos de atenção, que inclui os usuários, maiores interessados e a quem se destina o cuidado em saúde.  A relação de igualdade e de identidade entre pessoas reconhecidas como sujeitas de direitos é fundamento básico neste processo de melhoria e humanização da atenção. Que não haja espaço para qualquer tipo de discriminação, social, econômica ou étnica-racial. Reconhecer o direito à melhor tecnologia em saúde, se colocar no lugar do outro e promover a atenção que desejamos para nós mesmos, como princípio ético-profissional do trabalho em saúde.
Movimentos contra-hegemônicos como este, que propõem uma mudança de paradigma, requerem persistência e participação ampliada das diversas representações da sociedade. Sobretudo dos gestores da saúde e profissionais, que trabalham pelo interesse coletivo. Este movimento precisa definir-se claramente como uma política pública e impulsionar a mudança da cultura da cesária na sociedade e na formação profissional, muito distanciada das tecnologias apropriadas de atenção ao parto. As universidades e o os hospitais públicos de ensino devem ser foco de atuação do Ministério da Saúde em conjunto com o Ministério da Educação para o ajuste de seus conteúdos, das residências médicas e a incorporação das boas práticas, em um prazo mais próximo possível. Uma política de formação e de inclusão da enfermagem obstétrica na equipe de atenção ao parto e nascimento, assim como a inclusão das doulas, pode impactar mais rápida e efetivamente a mudança do modelo, e, conforme aponta a literatura científica, trazer melhores resultados maternos e perinatais. Campanhas do porte do aleitamento materno – que de forma muito semelhante ao parto é um processo fisiológico que promove saúde e sofreu grave interferência de interesses comerciais - devem ser continuamente realizadas. Que seja divulgado (e ofertado) o direito da mulher e da criança ao bom parto.
Ação específica deve se dirigir ao fortalecimento e construção das redes de atenção perinatal nos territórios, baseadas na necessidade da população, sem o que não haverá resposta definitiva e satisfatória na saúde da mulher e da criança no país.  A base deve ser a saúde integral da mulher, saúde sexual na adolescência (forte lacuna no país) e saúde reprodutiva, tendo a atenção primária de saúde como eixo estruturante e coordenador do cuidado, perpassando todos os níveis de complexidade da atenção de saúde. Destaca-se a integração entre o pré-natal e o parto, uma vez que a maioria dos partos no país são hospitalares, e a rede articulada de atenção é fundamental para a vinculação desde o pré-natal para uma maternidade, de forma a prover segurança e tranqüilidade para a mulher neste momento. A peregrinação da mulher em busca de vaga hospitalar para o parto é outra grave violação de direitos da mulher e omissão de cuidados pelo sistema de saúde, impactando na mortalidade materna e infantil. A regulação assistencial deve ser fortalecida no país, de modo a garantir equidade e ampliar acesso ao pré-natal de alto risco e à internação hospitalar no nível de complexidade adequado à necessidade de cada mulher e criança. 
Expandir o Plano de Qualificação das Maternidades e de Redes Perinatais para as demais regiões do país é um passo importante para consolidar o processo em curso, uma vez que o Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam os maiores índices de cesariana no país (cerca de 54% dos nascimentos) e são formadores de opinião, exercendo forte influência para o modelo cesarista.
A expectativa em relação ao governo da primeira mulher presidente do país não pode ser pequena. Traz consigo o forte simbolismo da importância da mulher na sociedade e a possibilidade de se concretizar o anseio de que seja dada a devida consideração ao parto e nascimento. A decisão por uma política pública efetiva de saúde, de cultura e educação que promova o parto e nascimento respeitoso e saudável, o bom parto, pode ser uma marca do governo Dilma. O apoio aos processos em curso e a ampliação das ações para a sua consolidação pode contar com a participação ativa da sociedade mobilizada e dos profissionais de saúde que há décadas lutam por isto. Espera-se assim expandir e fortalecer este movimento de recuperação do valor do nascimento no país, respondendo à grave e histórica dívida social com as mulheres e a crianças brasileiras.

*Sônia Lansky é pediatra, doutora em saúde pública (UFMG) e supervisora do Plano de Qualificação das Maternidades e Redes Perinatais da Amazônia Legal e Nordeste

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Brasil em Foco... pelo IPAS!

"Desejo de filhos"
Debora Diniz - Publicado na Folha de São Paulo em 28/01/2011

Nova resolução do Conselho Federal de Medicina se refere a todas as pessoas, revolução moral sem precedentes no campo da família no Brasil

Todas as pessoas capazes podem ser receptoras das técnicas de reprodução assistida, diz a nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). As técnicas de reprodução assistida resumem um conjunto de tecnologias médicas utilizadas para contornar diferentes problemas de infertilidade involuntária nas pessoas.

Louise Brown, a primeira bebê de proveta do mundo, nasceu em 1978. Desde então, esse é um campo que oscila entre os sentimentos do milagre e da perdição: o milagre da criação humana em laboratório e a ameaça da perdição pelo surgimento de novas formas de família.

A primeira resolução do CFM sobre o tema, em 1992, restringia o acesso às tecnologias reprodutivas a mulheres sozinhas ou a mulheres heterossexuais.

A nova resolução se refere a todas as pessoas, uma revolução moral sem precedentes no campo da sexualidade, da reprodução e da família no Brasil.

O surpreendente é que tivemos que esperar quase duas décadas para afirmar publicamente que o desejo de filhos é algo comum a todas as pessoas. Um homem sozinho, uma mulher lésbica, uma travesti ou uma pessoa intersexo, qualquer uma delas pode ter seu desejo de filhos realizado com o auxílio das técnicas médicas.

A restrição de direitos reprodutivos a essas pessoas jamais foi dada por lei ou política pública brasileira, mas por interpretações equivocadas que supunham ser a família ou a filiação um direito exclusivo de pessoas heterossexuais.

A resolução do Conselho Federal de Medicina não disciplina direitos individuais, mas, ao regular a prática médica, acaba por determinar quais pessoas podem ter acesso como pacientes.

Um homem sozinho ou uma mulher gay em união estável não eram acolhidos pela antiga resolução, e os médicos poderiam se sentir intimidados em atendê-los pelo risco de um processo ético no conselho.

Um médico de medicina reprodutiva não poderá se recusar a atender um casal de mulheres lésbicas ou um homem sozinho que faça uso de uma gravidez de substituição para ter filhos.

Novos arranjos familiares já existentes na sociedade brasileira agora estarão também nos consultórios médicos à procura de auxílio para o nascimento do filho biologicamente vinculado.

Grande parte dessas novas famílias já havia alcançado os tribunais em busca de adoção legal.

Muitos ainda preferirão a adoção à medicalização do corpo para o projeto de filhos.

Mas o segundo passo dessa revolução será a mudança nas concepções privadas de cada médico sobre definições de família e filiação.

A antiga resolução do Conselho Federal de Medicina era discriminatória, ao restringir o acesso às tecnologias reprodutivas a mulheres ou casais heterossexuais. Foi uma longa espera para que essa marca heterossexista da sociedade brasileira fosse reparada.


DEBORA DINIZ é professora da Universidade de Brasília e pesquisadora da Anis (Instituto de Bioética e Direitos Humanos)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

SEMANA MUNDIAL de ALEITAMENTO MATERNO 2011


Tema

Comunique-se! AMAMENTAÇÃO: uma experiência 3D


WABA anunciou que o tema eleito para a SMAM deste ano parte do compromisso e
da mobilização inter-geracional proposta pelos jovens de todo o mundo, com o
atraente tema da comunicação.

O slogan proposta busca desenvolver a comunicação entre os diversos setores como
parte fundamental para a promoção e o apoio à amamentação.

Vivemos na era da comunicação e podemos nos conectar instantaneamente a qualquer
momento e de qualquer lugar.

Novas formas de comunicação se desenvolvem a cada dia e podemos utilizar estes canais
de informação para ampliar nossos horizontes e aproveita os novos meios de comunicação
para oferecer mensagens sobre o aleitamento.
Usando tanto as formas tradicionais como as novas – redes sociais virtuais, por exemplo.
Com isto, podemos lograr que a informação sobre a amamentação flua além de nossas fronteiras
Imediatas e ativem-se os diálogos e intercambio transformando as palavras em ação.

Quando dizemos 3D - isso não significa apenas tres dimensões como nos filmes ..... 3D significa também que a nossa forma de comunicar as mensagens de amamentação .... não deve ser plana ... mas, mais “redonda” .... utilizar todos os diversos métodos de comunicação (não contando apenas com os métodos tradicionais, como material impresso, mas a se abrir para novas formas como as redes sociais na internet, blogs etc) e também olhar para
o processo de amamentação não apenas através das lentes da saúde, mas também de gênero, de direitos, dos jovens, etc...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Para quem pretende planejar uma gravidez... pelo Ministério da Saúde.

Poder planejar a gravidez e ser preparada adequadamente para essa fase é um direito das mulheres. Infelizmente, essa prática ainda não é adotada pela maioria da população e tampouco tem sido estimulada pelas instituições de saúde.  Para que isso ocorra, a unidade de saúde deve estar preparada para essa demanda e estimular a população a buscar esse recurso. Isso é especialmente importante para grupos mais suscetíveis, como as adolescentes.

O planejamento da gravidez contribui para a decisão informada sobre o momento mais oportuno da gravidez para a mulher, considerando suas condições físicas, psíquicas e sociais. Tem o objetivo de identificar fatores de risco, incluindo os comportamentais, além de possibilitar acesso a informações sobre fertilidade e de como a gravidez e a maternidade irão influenciar as áreas afetiva, educacional e social. Sempre que possível, deve incluir o
parceiro e ser realizada por uma equipe multiprofissional motivada e motivadora.

A orientação pré-concepcional deve atentar para a compreensão das informações por parte do casal, aproveitando-se para aconselhar sobre intervalo interpartal e planejamento familiar, além de estimular a mulher a sempre registrar as datas das menstruações e buscar informação adicional, caso surjam novos agravos.

A consulta da mulher deve incluir anamnese detalhada, valorizando o interrogatório das queixas, antecedentes e hábitos, idealmente de forma padronizada em toda a unidade, seguida de exame físico geral e ginecológico.
Alguns aspectos da história clínica e do exame físico merecem ser citados como indicadores de especial atenção para o período pré-concepcional, conforme exposto a seguir.

fonte:- Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo - 2010 bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_11.pdf

As bases da formação da Obstetriz...

As bases da formação da Obstetriz, ou Parteira, como gostaria que assim o denominassem a arte de partejar, de cuidar antes, durante e depois da mulher, seu bebê e família... O papel da Obstetriz está muito confuso em nossa sociedade.

Sinto em dizer aos desavisados, mas começa pelo "nome" e daí, imaginem se este não estiver claro na cabeça de quem faz ou aprende, como querem que estejam na cabeça daqueles que objetivamos cuidar.

Ao começar pela conversa entre mulher (gestante) e a profissional (Obstetriz - Parteira):

- CONVERSAR com a gestante: não é pate-papo de internet ou conversa de vizinhas.... Trata-se de conversar com o objetivo de entender a sua história de vida e de sua família (tanto as histórias boas quanto as ruins, principalmente estas últimas, porque ficam marcados na memória da família e desta mulher); além disso, saber das suas histórias anterioreres de parto, nascimento, sem preocupações por preenchimento de impressos ou adequação de normas. 

Também, corresponde em ver o que ela quer  e, enfim,  saber de sua história de saúde...

- ADAPTAÇÃO da parteira:  a Parteira se adapta a gestante, as condições de moradia e suas "inadequações". E, por isso, deve ser prática, sem rodeios ou gentileza excessiva que iniba sua ação...

-  Ter PACIÊNCIA e CALMA, pois como já dizia uma parteira muito especial.. São duas qualidades diferentes, apesar da maioria das pessoas confundirem-se.. Saber esperar e o quanto esperar advém da SABEDORIA e do INTUIR de quem faz; e, não somente da ciência que conceitua e enquadra puramente, que coloca todo ser humano como uma peça que nunca se distingue-se.

- Ser PRÁTICA  e OBSERVADORA...


- SENSIBILIDADE é essencial: ser SENSÍVEL para poder fazer uam boa leitura da necessidade alheia;

- Estar ABERTA: observar a cultura daquela mulher e, entendê-la, é o mais importante;

- Cada parto é ÚNICO!  Por isso, se a mulher rejeitar uma posição ou outra... Ela tem sempre este direito e, com certeza, isso só tem haver com sua decisão e de mais ninguém...

Depois... tem mais.

Eliane Marques

sábado, 22 de janeiro de 2011

Apoio à parturiente por acompanhante de sua escolha em Maternidade

"Os profissionais de saúde aceitaram
com facilidade a entrada do acompanhante
no centro obstétrico, mesmo não tendo sido
realizada qualquer sensibilização ou discussão
sistematizada sobre as concepções teóricas que
envolvem essa prática. Inicialmente de forma
mais reservada, mas posteriormente com
naturalidade, inclusive colaborando na seleção
das parturientes elegíveis para o estudo15. “É
importante ressaltar que respeitar, valorizar e
estimular a escolha da parturiente sobre seu
acompanhante para prover apoio pode ter
sido o componente que mais contribuiu para
que a experiência fosse positiva para todos os
envolvidos. Pois a mulher sabe que tipo de
apoio deseja, e qual pessoa de sua rede social
tem condições de lhe proporcionar o que espera
receber”
No contexto atual, passados 5 anos da
promulgação da “Lei do acompanhante”, sabese
que muitas instituições de saúde ainda não
permitem a sua presença junto à parturiente.
Geralmente, as justificativas de inviabilidade
da sua efetivação prática se pautam na
necessidade de uma profunda adequação
do serviço e sensibilização dos profissionais,
aspectos que não se confirmaram nesse estudo.
Também é relevante salientar que esse tipo de
provedor de apoio não gera ônus financeiro
para a parturiente ou para a instituição, o que
possibilita que todas possam se beneficiar
com essa prática, independentemente da sua
condição socioeconômica."
fonte: http://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/843/806
... trata-se de um ensaio clínico controlado
randomizado, que objetivou conhecer a influência
do provedor de apoio sobre a satisfação da
mulher com a experiência do trabalho de parto/
parto e sobre os resultados maternos, perinatais e
de aleitamento, nas primeiras 12 horas após o parto.
 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


O melhor aproveitamento das atividades físicas durante a gravidez:
  • Se você já estava seguindo uma rotina de atividades físicas antes de engravidar, você deve estar preparada para manter parte deste programa ao longo da gravidez. Somente profissionais especializados podem oferecer-lhe tais orientações.
  • Os exercícios não aumentam a chance de abortamento, desde que sejam realizados respeitando os limites do organismo de cada gestante e a ausência de contra-indicações para realizá-los.
  • O ideal é não deixar para começar a fazer exercícios depois de engravidar.  Mas se você está grávida e pretende iniciar a prática regular de exercícios físicos, você deve começar lentamente e ser cuidadosa para não ultrapassar os seus limites. Siga a orientação de um Obstetra/ Obstetriz e de um profissional de educação física com experiência em exercícios para gestantes.
  • Escute o seu corpo. Caso seja necessário reduzir as atividades, ele vai naturalmente mostrar sinais de que está na hora de diminuir o ritmo.
  • Nunca exercite-se a ponto de ficar exaurida ou com dificuldades para respirar. Este é um sinal de que seu bebê e você não têm suplemento suficiente de oxigênio disponível.
  • Use calçados confortáveis para fazer seus exercícios. Eles precisam dar suporte aos seus pés e reduzir o impacto nas pequenas articulações.
  • Faça intervalos e beba bastante líquido durante as atividades.
  • Evite exercícios em dias muito quentes.
Natação e hidroginástica são ótimos exercícios para as gestantes, mas as piscinas muito aquecidas devem ser evitadas. A temperatura da água deve estar em torno de 30°C, máximo de 32°C.